Para falar sobre o diagnóstico da Heloisa, vou relatar desde o início da
gravidez. Com 6 semanas de gestação fiz o primeiro ultrassom, e no exame deu um
princípio de descolamento de placenta, porém sem sangramento, o médico que fez
o exame ficou na dúvida, porque, poderia ser descolamento de placenta como
também, poderia ser que a placenta estivesse terminando de se fixar no colo do
útero. Na dúvida a obstetra que estava acompanhando minha gestação Dra. Déborah
pediu para tomar o utrogestan, tomei até o 3 mês. No morfológico do 3
trimestre, feito por volta das 12 semanas, o exame estava ótimo, estava tudo
bem com o bebê, não haviam sinais nenhum de que ela pudesse ter qualquer tipo
de problema, eu ainda não sentia a Helô mexer, e não via a hora disso
acontecer.
Na morfológica do 2 trimestre, no ultrassom apareceram alguns cisto
localizados no interior do cerebelo, o médico nos mostrou e explicou que estes
cistos poderiam ser normais, que neste período da gestação eles poderiam aparecer,
mas teriam que desaparecer ao longo da gestação, ele disse que teríamos que
acompanhar, e pediu para que repetisse o ultrassom no próximo mês, confesso que
fiquei preocupada, mas acreditava que no próximo mês eles não estariam mais lá.
Ao repetir o ultrassom, a notícia foi terrível, os cisto haviam se dilatado,
formando uma hidrocefalia leve, ficamos questionando o médico, e ele também sem
acreditar, não sabia como nos explicar, ele só disse que a princípio não podia
fazer nada só tinhamos que continuar companhando.
Um turbilhão de sentimentos
nos envadiu, não acreditava de forma nenhuma que isso pudesse estar acontecendo
com a gente, parecia um pesadelo que que a qualquer momento iríamos acordar, e
tudo estaria perfeito como era para ser, chorei muito, muito, muito, mas já
começava a imaginar como seria a minha pequena, imaginava mil coisas, que ela
teria dificuldades para andar, falar, dificuldades na escola...etc. A cada
semana que fazíamos o ultrassom os cisto se dilavam mais, impedindo que estruturas
importântes do cérebro se formassem, diante disto, o médico sugeriu fazer um
exame que se chama amniocentese, consiste em retirar uma pequena quantidade de
líquido aminiótico do útero para análise.
O médico nos disse que essa má formação poderia estas associada à
alguma síndrome ligada aos cromossomos, disse ainda que o procedimento era um
pouco arriscado, e que era uma decisão muito pessoal, pois dependendo do
diagnóstico não teria como fazer nada para ajudar, só serviria para nos
informar, ele disse que algumas mães optavam em fazer o exame e outras não, que
esperavam o bebê nascer para ver se tinha mesmo algum tipo de problema. Pensei
muito, era um procedimento muito invasivo e eu estava com muito medo, mas
decidi fazer, imaginava que fosse alguma doença que pudesse ter cura, ou de
repente, poderia ajudá-la de alguma forma, ou poderia me ajudar a saber logo o
que seria e saber lidar melhor com tudo isso. Pedi muito a Deus que nós
ajudasse, pois estava mesmo com muito medo do exame, medo de acontecer alguma
coisa com minha bebê, medo dessa invasão no meu útero, um lugar intocável e
sagrado, que deixa nosso bebê ali guardadinho e bem protegido de tudo. Com
certeza, Deus me atendeu, fiquei muito calma e tranquila durante o exame e foi
muito rápido e simples, so senti uma revirada brusca da Helô na minha barriga,
o médico perguntou se estava tudo bem, eu disse que sim, só que ela se mexeu
bem forte, durante o procedimento, o médico disse que era normal.
Voltei triste
para casa não queria estar passando por tudo aquilo, mas sabia, que se tinha
alguma força que poderia salvar minha filha, era a força de Deus, pedimos muito
a Deus, para esse exame não dar nada de errado. Esperamos anciosamente, e o
resultado veio normal, estava tudo normal com os cromossomos, mas tinham algumas
má formações como a da Helô, que estavam associadas a síndromes genéticas, e
que neste caso não tinha nenhum exame específico para fazer durante a gestação
somente quando o bebê nascer, e que
infelizmente existiam algumas síndromes genéticas que eram incompatíveis com a
vida, e que o caso dela se parecia muito com um destes casos, mas eles não
poderiam dizer com tanta certeza, pois os exames de ultrassom já eram bem
evoluídos, mas ainda não era tão preciso para diagnósticas uma síndrome destas,
ainda haviam muitas dúvidas, mas o caso dela foi considerado grave, e com um
laudo médico, poderíamos tentar na justiça um possível aborto, nem pensei nesta
idéia em nenhum momento, jamais faria um aborto, mesmo que a minha filha tivesse
que viver um dia, só Deus tinha o direito de tirar a vida dela. O médico disse
então, que poderíamos fazer uma
ressonância magnética para ver se tinha mais detalhes desta má formação,
fizemos a ressonância, também pensando que poderia ter algum tipo de recurso para
ajudá-la.
Quando ficou pronto o resultado, o médico disse que nada tinha
mudado, que estava igual aos ultrassons, que dava para ver de uma forma mais
nítida, que ela realmente não tinha estruturas importântes do cérebro, tinha
uma hidrocefalia já severa, dilatação também da cisterna magna do cerebelo,
mais tinham alguns giros do cérebro que pareciam estar se formando, essa última
informação entrou como se fosse uma luz no fim do túnel. Fomos com todas os
exames a um neuropediatra indicado pela Dra. Déborah, o Dr. José Luiz Gherpelli
do Albert Einstein, apesar de toda notícia ruim, o Dr. Gherpelli nos deixou
otimistas, ele é um excelente médico, confiamos muito nele, em nenhum momento
ele nos enganou, ele disse que era um caso difícil, mais ele não tinha como
falar muito, pois ele já tinha vistos exames muito ruins com um desenvolvimento
bom, e exames bons que o paciente se desenvolveu muito mal, ele disse que a
neurologia era muito incerta, e que nada era exato, ele disse que ela poderia
nascer bem e que também tinha chances de desenvolver bem, mas também não podia
descartar a chance de se desenvolver mal. É claro, saimos com muitas dúvidas,
mas era a primeira vez que ouvimos que a nossa filha poderia se desenvolver
bem, era um gota de esperança.
Fomos mais umas duas vezes no consultório do Dr.
Guerpelli antes da Helô nascer, estava sendo discutida a hipótese de fazer uma
derivação, colocar uma válvula para drenar a quantidade de líquido acumulado no
cérebro, mas ele disse que no momento não tinha indicação que teríamos que
acompanhar assim que ela nascesse. O dia tão esperado chegou, a Helô nasceu ás
17:45hs do dia 19/09/2010 com 3.520
kg, graças a Deus ela nasceu bem, chorou forte, teve
apgar 7,8 e 9 (nota do neonatologista à avaliação cliníca da saúde e respostas
de reflexos do bebê) , mas depois evoluiu com desconforto respiratório e foi
levada para UTI no mesmo dia á noite. No dia seguite quando fui até a UTI para
vê-la, fui informada que ela ira fazer o ultrassom de crânio. Com a ultrassom
de crânio veio o diagnóstico, o médico Neonaatologista Dr. Gabriel, disse que
ela tinha uma síndrome que se chamava síndrome de Dandy Walker, e que ela não
teria futuro! Disse que ela não tinha cérebro, apenas alguns resquícios, que se
iqualava ao tamanho de uma tampa de garrafa, e perguntou em que período da
gestação descobrimos, pois poderiam nos ter dado a opção de aborto, ele nos
falou exatamente com estas palavras, com tamanha insensibilidade.

Realmente não
tenho como descrever o senti, mas para uma mãe que acabou de dar a luz a sua
filha tão amada e com os hormônios a flôr da pele, parecia que não existia mais
chão, a sensação que sentia era como se flutuasse em um vazio enorme, parecia
que meu coração iria parar de bater a qualquer momento, uma dor enorme no peito
também tomou conta de mim, um nó terrível na garganta, quando chegamos no
quarto vi a minha mãe, abracei a minha mãe e chorei como nunca havia chorado
antes. Nesse momento disse a ela que Deus não existia, que essa notícia foi a
pior de todas, de que adiantou tanta oração, onde está Deus que não escutou, eu
disse que nunca mais ia falar o nome de Deus, nunca mais, não demorou muito
para que Deus começasse a me mostrar o quanto eu iria precisar dele, e o quanto
ele me escutou e estava ao meu lado. Hoje a Helô já está com 2 anos e 6 meses,
eu agradeço a Deus todos os dias pela vida dela, se Deus me dissesse que eu
teria a oportunidade de voltar no tempo e escolher, ter uma criança saudável,
sem nenhuma deficiência, que corresse, brincasse, pulasse, me fizesse dar
muitas risadas, e ter a Helô, sem sombra de dúvida, mil vezes eu escolheria
passar por tudo de novo, Deus não me deu nada do que pedi, ele me deu exatamente
tudo que eu precisava, a Helô me ensinou a ser feliz apenas com a simplicidade
do seu olhar, a Helô me apresentou um mundo mais colorido, me fez conhecer
sentimentos verdadeiramente puros, honestos e sinceros, ela me fez olhar para
alma e para o coração das pessoas e não para os seus defeitos e nem para sua
aparência, ela me ensinou com muito amor o verdadeiro significado de força,
paciência, determinação, coragem, persistência, mansidão, humildade, bondade, honestidade,
nobreza, sensibilidade e sabedoria. Ela tão pequena me fez ser tão grande, ela
me faz amar e valorizar muito mais a vida e as pessoas, ela me fez descobrir
tesouros que não imagina que existiam.

Na primeira ressonância da Helô, o diagnóstico foi outro, existia a Dandy
Walker, porém, foi diagnosticada também Hidranencefalia, quando vimos na
internet o que significava, foi mais um sofrimento terrível, os bebês que
nasciam com este diagnósticos não passavam de uma ano de vida, depois de já ter
sofrido tanto durante a gestação e com o nascimento da Helô, não sabia nem mais
o que pensar e nem o que sentir, somente entreguei a Helô nas mãos de Deus, ela
estava com 6 meses de vida, e um exame me dizia que minha filha amada não
poderia chegar a completar 1 ano, eu e o Cris choramos muito juntos, realmente
só Deus poderia mudar tudo. Além do Dr. Gherpelli como Neuropediatra a Helô,
também se consultava com a Dra. Alessandra neuropediatra do Cotolengo, quando
levamos os exames, ela disse: que era o último grau da Dandy Walker, que não
era hidranencefalia, porque, ela tinha cortex cerebral, mas o comprometimento
era muito grande, assim também diagnosticou o neurocirurgião como Dandy Walker
com hidrocefalia extrema, sem pressão intracraniana, por isso, dispensava a
derivação, mas como a neurologia não é uma matemática exata, o Neurocirugião
ficou na dúvida, se a cirurgia poderia beneficiar a Helô, e como as incertezas
eram grandes e as chaces de errado eram mais prováveis do que as chances de dar
certo, decidimos não mexer com o que está quieto.
Na verdade não desistimos de
procurar ajuda para a Helô, e depois deste Neurocirgião que já era o melhor em
neurocirgia infantil, ainda fomos em mais 3 neurocirurgião sendo o último no
Hospital das clínicas, que a o anjo da minha prima Andréa conseguiu pra gente,
ele disse que a cirurgia tinha que ela tinha que colocar uma válvula, pois ela
tinha uma hidrocefalia, mas não garantia nenhuma melhora no quadro dela, ficamos
mais uma vez como o coração apertado e cheio de dúvidas, mas quando estava
perto de levarmos a Helô, na próxima consulta com o neuro do Hospital das
clínicas, ela foi internada, como nada nesta vida é por acaso, ficamos tentando
entender o que ela queria nos dizer, já era segunda vez que isso acontecia
quando tinhamos que decidir pela cirurgia, ela ficava doente e tinha que ser
internada. Explicamos o caso para o Dr. Evandro, e como sempre digo que
prudência é tudo, ele nos orientou da seguinte forma, se ela realmente precisar
de uma válvula ela vai pedir, o corpo dela vai começar a apresentar sinais de
que precisa de uma derivação, por enquanto está tudo bem, e que se fizermos
isso assim neste momento em que ela está vivendo bem, isso poderia trazer mais
complicações para a vida dela. Agradeci muito a Deus que ele nos deu através do
Dr. Evandor a resposta que tanto estávamos precisando, sem deixar qualquer
dúvida.
Sobre a Síndrome Dandy Walker
A síndrome de Dandy Walker (SDW) é uma síndrome não familiar,
caracterizada por dilatação cística do quarto ventrículo e por aplasia ou
hipotrofia parcial ou total do vermis cerebelar. Em três quartos dos casos
ocorrem outras malformações cerebrais como agenesia do corpo caloso,
heteropsias, lissencefalia, estenose do aqueduto de Sylvius.
Possui uma incidência de aproximadamente 1 a cada 30.000 gestações e
ocorre em 4% dos casos de hidrocefalia.
O que é de
Dandy-Walker?
Dandy-Walker é
uma malformação congénita cerebral envolvendo o cerebelo (uma área na parte de
trás do cérebro que controla o movimento) e os espaços cheios de fluido ao seu
redor. As características
principais deste síndroma são uma ampliação do quarto ventrículo (um pequeno
canal que permite que o fluido se escoe livremente entre as zonas superior e
inferior do cérebro e da medula espinal), uma falta parcial ou completa do
vermis cerebelar (a área entre os dois hemisférios do cerebelo), e formação de
cisto perto da base interna do crânio. Um
aumento no tamanho dos espaços de fluidos que envolvem o cérebro, bem como um
aumento da pressão podem também estar presentes.
A síndrome pode aparecer de
forma dramática ou desenvolver despercebido.Os sintomas, que geralmente ocorrem
no início da infância, incluem o desenvolvimento motor lento e progressivo
alargamento do crânio. Em
crianças mais velhas, os sintomas de aumento da pressão intracraniana, como
vômitos, irritabilidade e convulsões e sinais de disfunção cerebelar, como
instabilidade, falta de coordenação muscular, ou movimentos bruscos dos olhos
pode ocorrer. Outros sintomas
incluem aumento da circunferência da cabeça, abaulamento na parte de trás do
crânio, problemas com os nervos que controlam os olhos, rosto e pescoço, e
padrões respiratórios anormais. Dandy-Walker
é freqüentemente associada a distúrbios de outras áreas do sistema nervoso
central, incluindo a ausência do corpo caloso (a área de ligação entre os dois
hemisférios cerebrais, e malformações do coração, da face, membros, dedos das
mãos e dos pés.
Diagnóstico
A base do diagnóstico é o exame
ultrassonográfico, sendo que as alterações já se mostram mais evidentes no
segundo trimestre da gestação. O cisto é visto como uma coleção líquida
separando os lobos do cerebelo, representando um cisto intracerebelar conectado
ao quarto ventrículo. O vérmix cerebelar é hipoplásico e de difícil
visualização com cistos muito grandes. Como conseqüências, o restante do
parênquima cerebelar pode estar parcialmente ou completamente ausente, com
terceiro ventrículo e ventrículos laterais dilatados.
Anomalias associadas do Sistema Nervoso Central
ocorrem em aproximadamente 55% dos casos. As principais são lipomas, agenesia
do corpo caloso, encefalocele, microcefalia e alterações inespecíficas dos
giros cerebrais.
São também comumente mostradas malformações
cardiovasculares, geniturinárias, faciais e polidactilia. O líquido amniótico é
normal, exceto nos casos de cromossomopatias, quando tanto polidramnia ou a
oligodramnia podem ocorrer. A placenta é normal e crescimento intrauterino
retardado se associa quando síndromes estão presentes. Entre os diagnósticos diferenciais devemos estar
atentos a pequenos cistos inferiores ao cerebelo, que são uma variante normal e
sem importância clínica quando isolados.
Na ocorrência de cistos aracnóides e de cisterna
magna isolados, a observação de um cerebelo normal, mesmo que comprimido,
afastam o diagnóstico de Malformação de Dandy-Walker. Muitos autores têm encorajado o uso de sondas
endovaginais para uma melhor caracterização anatômica, em especial nas
apresentações cefálicas adaptadas ou gestações iniciais.Outros métodos propedêuticos de grande valia
para a detecção de lesões cardíacas são o cariótipo fetal, que deve ser sempre
realizado, e a ecocardiografia fetal.
Pode haver moderado atraso do desenvolvimento
psicomotor, microcefalia, hipotonia, mas a sintomatologia predominante se
refere à hidrocefalia, geralmente nos dois primeiros anos de vida, esta, porém,
pode ser ignorada, aparecendo tardiamente (primeira ou segunda década de
vida).A hidrocefalia se dá pela obstrução dos forames de Lushkae Mangedie. Algumas alterações oculares são descritas na
SDW, como: coloboma corioretiniano, nistagmo. Pode haver retardo mental (50%),
espasticidade (ao invés de hipotonia), convulsões, vômitos, tudo dependendo do
grau da malformação cerebelar.
Tipos
Divide-se, a SDW em dois grandes grupos conforme
as malformações anteriores para a determinação do prognóstico intelectual. Em pacientes com vermis de duas fissuras e
conformações praticamente normais, as funções cerebrais são também praticamente
normais sem associações com outras malformações. Já em pacientes com severas malformações do
cerebelo, vermis com apenas uma ou nenhuma fissura, é comum o retardo mental
severo e outras malformações do sistema nervoso central, como agenesia de corpo
caloso.
Uma abordagem multidisciplinar é fundamental na
assistência a esses casos de malformações estruturais. No período neonatal, uma
ação coordenada entre neonatologistas e cirurgiões pediátricos pode melhorar
muito o prognóstico desses casos. No período neonatal imediato, os maiores
problemas são o sofrimento fetal secundário a uma distocia pela macrocefalia e
a prematuridade, quando presente. A realização de tomografia computadorizada ou
ressonância magnética pode confirmar ou diagnosticar as alterações de Sistema
Nervoso Central. O cariótipo deve então ser feito, se não realizado no
pré-natal.
Na ausência de hidrocefalia e sintomas, o
tratamento cirúrgico não tem indicação. Quando existem sintomas (dificuldades
de alimentação e respiração, irritabilidade), mas não hidrocefalia, a criação
de um shunt entre o cisto de fossa posterior e a cavidade peritonial é o
procedimento indicado. Mas quando a hidrocefalia está presente existem
controvérsias quanto à conduta. Alguns defendem shunts individuais e
simultâneos para o sistema ventricular e para o cisto de Dandy-Walker. Outros acreditam que apenas com a
derivação do cisto a hidrocefalia vá se resolver, em função da desocupação da
fossa posterior. A derivação ventriculoperitonial seria então realizada nos
casos que não apresentam bons resultados (manutenção
dos sintomas e/ou ventriculomegalia mantida ou progressiva) apenas com a
derivação do cisto.
Prognóstico
Nos casos de Malformações de Dandy-Walker
isoladas, o prognóstico é razoavelmente bom, com desenvolvimento
neuropsicomotor normal em até 70% dos casos e, muitas vezes, o diagnóstico é
bem tardio. Existem relatos na literatura de casos em que a sintomatologia
ocorreu apenas na vida adulta, com até 58 anos, e apenas nesse momento foi
detectada a alteração. Já na presença de anomalias associadas, a
mortalidade pode alcançar 71% dos casos e um déficit neurológico importante. Alguns autores defendiam que o acompanhamento do
cerebelo no que tange ao seu crescimento e desenvolvimento serviria na predição
da evolução do caso, tanto pré quanto pós-natal. Mas estudos posteriores não
mostraram correlação entre a aparência do cerebelo e a função neurológica do
indivíduo. Uma significante morbidade encontra-se
relacionada à necessidade de derivações, principalmente pelo risco de mal
funcionamento e da necessidade de constantes revisões, o que se torna ainda
mais grave nos casos de duplas derivações. Não se deve esquecer que esses shunts podem
obstruir e infectar, tornando cada evento febril do indivíduo uma grande
preocupação.
Tratamento
Fisioterapêutico
Há diferentes aspectos no trabalho da
fisioterapia em crianças com a Síndrome Dandy Walker. O primeiro deles é a
avaliação das capacidades e dificuldades do bebê ou da criança. O segundo
aspecto é o tratamento da criança para ampliar sua função, melhorar a
capacidade de vida e modificar o produto final diante dos déficits neurológicos
e motores, incluindo questões de desenvolvimento cognitivo, comunicação, social
e emocional. O terceiro é a adaptação das necessidades da criança, com o tempo,
necessária para que se possa avaliar os efeitos da intervenção e planejar o
tratamento futuro.
O fisioterapeuta deve adotar medidas para
prevenir complicações secundárias como escoliose, hipercifose, lordose,
facilitar o desenvolvimento sensório-motor, preparar a criança para deambulação
se for possível ou tornar essa deambulação mais independente, facilitar e
treinar as atividades de vida diária, promover o desenvolvimento
sócio-emocional, orientar os familiares quanto às estratégias adequadas e
engajá-los no manejo dos problemas juntamente com os professores da escola.
Alguns pacientes com hidrocefalia apresentam
certo grau de deficiência cognitiva. A capacidade de percepção visual mantém
estreita ligação com a deficiência intelectual, que levam ao comprometimento do
raciocínio, habilidades motoras de organização, consciência de espaço, trabalho
com números, má lateralização das habilidades. Esses fatores devem ser
avaliados para que possa tomar medidas adequadas de tratamento e podem exigir
estratégias especiais de ensino, devendo colocar o professor ciente desses
problemas.
O tratamento consiste em estimular o desenvolvimento
motor normal, dependendo da seqüela e do atraso acarretado pela patologia. O
peso da cabeça volumosa faz com que algumas crianças demorem muito a firmar a
cabeça, o desenvolvimento geral da motricidade apresenta um atraso
correspondente, o que leva a criança a sentar mais tarde do que deveria e a
manutenção do equilíbrio se instala mais tardiamente. Deve-se trabalhar o tônus
muscular, o equilíbrio, orientar o uso de órtese quando necessário, prevenir
deformidades através do alongamento e fortalecimento muscular, uso de talas,
posicionamento adequado, descarga de peso, fazer exercícios para propriocepção
corporal e exercícios respiratórios. Durante o primeiro grau escolar, muitas
crianças com hidrocefalia são submetidas a uma revisão da derivação para alongar
a sonda de drenagem. Se for necessário trocar toda a derivação, pode haver
algum déficit nas habilidades físicas. A fisioterapia intensiva será efetiva
durante esse período, para restaurar os graus de funções anteriores da criança.
Manifestação da Síndorme Dandy Walker na Heloisa
A Síndrome de Dandy Walker na Heloisa não se manifestou da forma clássica.
A Dandy Walker é uma sequência de má formação, a dilação cistíca ocorre
geralmente no quarto ventrículo, nosso cérebro possui quatro ventrículos no total,
os ventrículos laterais estão localizados em cada hemisfério cerebral, o
terceiro ventrículo é uma cavidade
estreita, situada abaixo dos dois primeiros ventrículos, e entre as massas do
tálamo, o quarto ventrículo localiza-se entre o cerebelo e a ponte de Varólio e
o bolbo raquidiano. A dilatação no caso da Helô ocorreu nos ventrículos
laterais, os outros achados de Dandy Walker na Heloisa foram a ausência do
corpo caloso ((a
área de ligação entre os dois hemisférios cerebrais), redução volumétrica do vermis
cerebelar, dilatação cística, alargamento da cisterna magna acentuada hidrocefalia
nos ventrículos laterais. Os sintomas foram, vômitos, irritabilidade,
convulsões, no caso da Helô não ouve pressão intracraniana, a cabeça dela é de
tamanho normal para a idade dela.
Espero que o caso da Helô possa ajudar outras
famílias, que tenham o mesmo diagnóstico. Acho que a medicina ainda precisa de
estudos em relação a está síndrome quanto à conduta neonatal, no caso da Helô,
o médico que fazia os exames de ultrassom disse que não existia a hipótese de
uma cirurgia intraútero, a cirurgia de derivação do cisto ou colocação de shunt
(válvula), geralmente é indicada se existe pressão intracraniana, no caso da
Helô fica a dúvida, se mesmo sem pressão intracraniana se ela tivesse feito uma
derivação cística intrautero, ou mesmo ao nascer, se isso iria trazer algum
benefício no seu desenvolvimento, li no site Dandy Walker alliance, que nos
Estados Unidos está sendo estudado cirúrgia intraútero em bebês com má formação
de Dandy Walker.
Muito emocionante seu depoimento, que Deus continue abençoar a vida de sua pequena Helo. Em minha última USG a médica disse que ao nascer meu anjo deverá fazer uma USG Craniana pois a indicios da sindrome ou uma mega cisterna, creio em Deus que iremos superar. Sua história é encorajadora, sei bem o quanto você chorou. Fique na paz
ResponderExcluirÉ uma dádiva muito grande de Deus ter filhos com necessidades especiais, apesar de todo sofrimento que é inevitável, o amor puro e verdadeiro que aprendemos com eles, toda a superação e fé, aprender a dar a valor as pequenas coisas e ao que realmente importa nesta vida, tudo isso é incrível, Deus vai te capacitar em cada detalhe que necessitar, fique na presença amorosa do Senhor, muito obrigado pelo seu comentário no blog.
ExcluirOI MAEZINHA TO COM O CORAÇÃO TÃO APERTADO,MEUS OLHOS CHEIOS D'GUA, A HISTORIA DE HELÔ É A MESMA HISTORIA DE MEU FILHO GUSTAVO.TUDO ABSOLUTAMENTE TUDO,EU TAMBEM DESCOBRIR TINHA 06 SEMANAS,ELE TAMBÉM FEZ O EXAME DE AMINIOCENTESE.TAMBÉM ESCUTEI DE UM MEDICO QUE MEU FILHO TINHA SÓ 06 MESES DE VIDA ,PASSANDO OS 06 MESES DISSE QUE MEU FILHO NÃO PASSARIA DE 01 ANO.EU E MEU ESPOSO COM OS OLHOS CHEIOS D'GUA DISSE,NÃO DOUTOR VC NÃO SABE SÓ QUEM SABE É DEUS.HOJE ELE ESTÁ COM 07 ANINHO,VAI FAZER 08 NO DIA 18/10.MAEZINHA TENHO CERTEZA QUE A HLÔ TEM A MESMA SINDROME E A MESMA CARACTERISTICAS DE MEU FILHO,ELES SÃO FORTES ELA AINDA VAI TER MUITOS ANOS DE VIDA. MORO EM BELÉM-PARÁ,DOMINGO É O CIRIO DE NOSSA SENHORA DE NAZARÉ,DESDE QUE O GUSTAVO NASCEU ACOMPANHO A PROCISSÃO,FOI UMA PROMESSA QUE EU E MEU ESPOSO FIZEMOS. ESSE ANO VAI SER DIFERENTE,VOU COMPRAR UMA IMAGEM DE NOSSA SENHORA DE NAZARÉ PARA HELÔ.VOU ACOMPANHAR COM ELA NA MÃO,VOU CLAMAR PELA SUA SAUDE E PERLA SUA VIDA.E PODE TER CERTEZA QUE MINHA MÃEZINHA VAI ME ESCUTAR.PORQUE ASSIM COMO CONSEGUIR MUITAS VITORIAS PARA O GUSTAVO VOU CONSEGUIR PRA HELÔ.VOU REPETIR O QUE VC ESCREVEU, SE FOSSE PRA MIM ESCOLHER UMA CRIANÇA NORMAL QUE SENTASSE ANDASSE FALASSE OU O MEU FILHO GUSTAVO SEM NENHUMA DUVIDA ESCOLHERIA MEU FILHO E PASSARIA POR TUDO OUTRA VEZ.O GUSTAVO NÃO SENTA NÃO ANDA NÃO FALA,MAS JA TEM UNS MESES QUE ELE TA QUERENDO SENTAR.E TUDO QUE ELE APRENDE ATE MESMO BATER PARABÉNS É MOTIVO DE MUITA FESTA.MÃEZINHA FICA COM DEUS,QUE ELE TE DEI MUITOS ANOS DE VIDA PARA QUE VC POSSA ACOMPANHAR O CRESCIMENTO DE HELÔ.ASSISTE A PROCIISSAO PELA INTERNET É LINDO ,VC VAI SE EMOCIONAR.ME CHAMO CRIS (091)83993134
ResponderExcluirCris me emocionei muito com o seu comentário, fiquei muito feliz de saber sobre a história do seu filho Gustavo, mais feliz ainda em saber que ele já tem 7 aninhos, que Deus te abençoe pela seu grande amor e bondade em pedir pela vida da Helô e ainda pedir pela intercessão de nossa Senhora, que tenho muita fé que ela sempre nos atende, também vou colocar o seu filho Gustavo nas minhas orações assim como sempre coloco todas as crianças com necessidades especiais, para que elas continuem sendo abençoadas com grande graças e sendo motivos de muito amor,fé, saúde e muito aprendizado para nós. Muito obrigado mesmo Cris de coração por dedicar um minuto de seu precioso tempo em escrever no blog e orar por nós. Um grande bjo e fique com Deus e Nossa Senhora.
ResponderExcluirmuito bonita e mágica sua história, esotu passando por algo parecido, os ultimos ultrassons indicam má formação do cerebro, porem ainda não me deram certeza de nada, fiz o exame de analise genetica do liquido amniotico, mas cd frase dos médicos que falam conosco doi muito, realmente precisamos ser bem fortes e ser muito otimistas pelo futuro do filho que geramos...
ResponderExcluirBoa sorte para sua familia e que Deus e N. Senhora abençoem nossas famílias.
Thais muito obrigado pelo seu comentário no blog, desculpe a demora para responder, fiquei um tempo afastada do blog, mas espero retomar, eu sinceramente espero com a nossa experiência poder ajudar em algo todas as mães que passam por situações iguais ou parecidas, mas o que é essencial em todos os momentos e a confiança no amor de Jesus por nós, esse amor que transforma, renova e capacita, tenho certeza que os planos de Jesus são os melhores para a vida de vocês, busque sempre a intimidade com Deus, e se eu puder te ajudar terei um prazer imenso. Um grande Bjo, fique sempre na presença amorosa de Deus!
ExcluirMãe, Parabéns pela sua coragem e fé ! Deus vai te abençoar e a pequena Helosa cada dia mais.
ResponderExcluirEstou com 6 meses de gestação e foi diagnosticado alteração do vermis cerebelar. Vou fazer uma ressonancia no mes que vem, e tenho fé que vai dar tudo certo.
Seu blog me emocionou e me ajudou muito !
Parabéns pela sua iniciativa, tenho certeza que esta ajudando muita gente.
Bjs... Fabiana
Oi Fabiana! Passo por uma situação parecida. Você fez a ressonância?
Excluiroi meu nome é tamires tenho 26 anos sou mãe do paulinho ele tem 4 meses e sindrome de dandy woker eu descobri a sindrome quando estava grávida de seis meses e meio os m´dicos queriam fazer o aborto pq disse que eu ele não iriamos sobreviver não aceitei o aborto e ele nasceu ficou 85 dias enternado na u.t.i neo natal teve várias complicações e finalmente veio pra casa ele tem gastro não come nada pela boca tem 5 furinhos no coração e os médicos dizem que talves ele não ande não fale e talvez tenha pouco tempo de vida por conta das convuções me emoceinei muto quando li a hístoria da heloisa mae eu creio que deus é poderoso pra mudar a nossa hístoria
ResponderExcluirOlha eu não sei o que dizer! Então vou resumir: Vocês são maravilhosos!
ResponderExcluirObrigada por compartilhar a sua historia! O Senhor manda crianças ESPECIAIS para pais especias, parabéns por seu amor e dedicação. Vocês são ótimos.
ResponderExcluirQue história linda... Eu apenas estava pesquisando sobre ultra morfológica e acabei me deparando com sua história. Escolhi não fazer a TN no início do 2º trimestre pq sabia que jamais faria diferença para mim se meu filho tivesse alguma síndrome. Aborto então, nunca passaria pela minha cabeça. Sou professora e lhe garanto que, as mais lindas experiências e os mais puros sentimentos desfrutei ao lado daqueles chamados "especiais". Para mim, na vdd, somos todos especiais. Apenas cada um com sua individualidade. Que mundo chato e sem cor teríamos se todos fôssemos iguais não é mesmo? Que coisa boa que vc, seu marido e a Helô trouxeram mais tons de amor para nosso mundo! Obrigada por deixar minha tarde mais bonita. Muuuuitos beijos para a família linda!
ResponderExcluiro bebe que tem hidrocefalia nasce com a cabeça muito grande to com muito medo pois o medico falou que meu bebe tem isso
ResponderExcluirSua historia me deu forças, meu neto Heitor foi diagnosticado hj com 20 semanas e minha filha tem apenas 16 anos...com toda tristeza que estamos sentindo confiamos em DEUS e que ele faz o impossível acontecer,Parabéns pela sua atitude de não desistir, que DEUS abencoe a Helo e a vcs
ResponderExcluirolá tatiane, gostei da sua história estou passando por um momento dificil tambem tive um diagnostico que minha bebe tá com uma má formação da cabeça mais ao mesmo tempo ficamos na dúvida porque também sabemos que a medicina pode errar, mais todo caso eu e meu marido estamos aceitando a situação e vamos cuidar dela até o momento dela de decidir falecer..
ResponderExcluirmais lendo seu comentário comecei a chorar também é uma situação muito desagradavel né...
mais também deixo na mão de deus né não tem o que fazer so cuidar dela...
Muito linda sua historia, eu passo por isso tbm, meu bebe tem um ano e meio e tenho certeza e fe em deus que ele vai vencer e vai ser feliz e vai me fazer muito feliz... Me emocionei,mto,com sua história pq sei e senti tudo que vc sentiu... Mais força pra gente... E nossos guerreiros vão vencer!
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